sábado, 2 de março de 2013

Yin Yang

Não existe acaso mesmo! Já vinha acreditando nisso há um tempo, mas algumas peças pregadas pelo destino só me reforçaram.
Do nada você entrou no meu face, combinou um evento em São Paulo em fevereiro. Cinco meses depois estávamos mais próximas e fomos na loucura passar uma semana juntas no frio do sul. Um ano e alguns meses depois, mesmo você sabendo da sua importância pra mim, venho aqui te dizer algumas coisas...afinal, amigos precisam saber o que sentem os seus amigos. Let's do it!
Você tem cara de barbiezinha skatista rs e eu achava que você não ia gostar de mim por que eu sou toda dodói e nunca fiz/faço amizades facilmente, mas arrisquei. E foi uma das melhores coisas que fiz, tenho/tenha certeza.
Descobri que atrás da Branquela da praia tinha uma pessoa cuidadosa, que estava atrás pra saber se todo mundo que gosta estava bem, estava ali...do lado, mesmo a quilômetros de distância. Descobri também que por trás da cara de forte tinha alguém super sensível, sem medo de mostrar isso..e mais, uma palhaça...engraçadíssima de um jeito muito peculiar!! HAHAHA
Além disso, assim como eu, você extravasa, extravasa quando tá feliz e também quando está triste, sabe aquele lance do "copo super cheio"...É isso!! Descobri minha parte branca, formamos o Yin Yang...que apesar de ter começado como uma brincadeira sobre a cor da pele (HAHAHAHA) virou algo sério...sorrimos e choramos por coisas muito semelhantes já que vivemos coisas parecidas de alguma forma. Hoje você me disse que eu era mais teimosa que você e eu te respondi..não, mas sou tão amiga quanto você...que bom que tenho você na minha vida e, vou estar aí na sua enquanto permitir e sempre que precisar..e quando não, óbvio também! ^^
Gostaria que tudo fosse mais fácil, essa quilometragem de distância não ajuda quando o lado preto desbota ou o lado branco vai ficando invisível....Assim como não ajuda quando a alegria é tanta que só queríamos estar ali causando tudojuntoemisturado ... Gostaria, mesmo...mas se agora não pode ser, a gente reinventa, a gente equilibra as partes com o tempo, juntas.
Presença faz diferença, mas presença mesmo é aquela de coração e de coração, nas sms, postagem, inbox, skype, que seja...estou sempre perto de você, pra você. Amiga/Irmã...Eu amo você.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Uma história


I

- Quando volta pra cá?
- No domingo, Ross, a noite estou chegando. Preciso tanto falar com você!
- Aconteceu alguma coisa, Ally?
- Nada de errado...pode ir pra casa?
- Claro, me liga assim que chegar e nos vemos. Filme?
- Sim, eu levo. Saudades, até lá. Beijo
- Saudade também, beijo. E Ross desligou.
Já estava há dois anos fora e ainda não havia me acostumado com as despedidas. Também era estranho o fato de parecer visita na minha própria casa e de chamar de “minha casa” algo que dividia com mais algumas pessoas. Cheguei por volta das 22 horas na cidade a qual estudava morrendo de saudade de Ross e com um aperto no peito. Sempre que conversávamos sobre mudanças era complicado. Liguei como combinado, ele veio, vimos um filme e recusei a deixá-lo dormir comigo. Dei a notícia que voltaria terminar meus estudos na minha cidade e o ar de despedida pairou sobre nós. Não dissemos nada mais, ele foi embora, fiquei vendo ele caminhar cada vez mais distante, o cara perfeito no momento mais conturbado(até então). Era ele ou meu sonho.
Tudo era quase simples. Voltar para minha cidade, que cá entre nós não era um lugar muito atrativo, continuar meus estudos, trabalhar e ter tempo para viver minha vida. Aí é que entra o quase simples!
Quem é tão distraída como eu, sabe que mudar a rotina é um suicídio!! Me matei por longos três meses, readaptação não é tarefa fácil. Pelo menos não com uma mãe exigente e com mania de organização. O bom nisso tudo é que assim que voltei para minha cidade consegui um trabalho, menos de um mês ali e empregada...adiós brigas diárias! Fazia meio período, entrava às 14 horas e saía às 18:30 já embalando a ida para a universidade, da qual só chegava por volta de meia noite e pouco. Outra coisa quase simples da minha recente história de vida: campus novo, gente nova e minha incrível capacidade de ter vergonha do mundo e, pelo menos de início, me mostrar quieta! Para felicidade geral dos meus sentidos já conhecia algumas pessoas ali, me sentir confortável era questão de tempo.
Trabalho encaminhado, estudos, faltava dar início ao que me fez deixar uma vida de universitária longe dos pais, ordens e liberdade. Nesse meio tempo muita gente entrou e poucos saíram, no balanço geral do ano em questão, tudo bem e a vida seguiu. Em fevereiro do ano seguinte comecei um curso de fotografia, meu tão esperado curso! Esperava tanto que, ao ver o professor me desiludi. Aparentava ser bem mais novo e de fato, era.
- Como assim?! Dezessete. Impossível alguém de dezessete anos ser tão capaz de me ensinar algo. Tenho vinte e um, quase uma anciã perto dele. Vou mudar de curso e, droga!
Era só isso que me vinha à cabeça, na semana seguinte acordei disposta a mudar de curso e ir procurar em outro lugar algo relacionado a fotos, mas para mim o “SIMPLES” é quase e não foi bem por aí. A miss desorganização aqui chegou hiper atrasada e desceu para a que seria a segunda aula e como se não bastasse, todas as certezas que eu tinha foram por água abaixo. Jhon aparentava a minha idade, mas parecia tão mais maduro. Falou de seus objetivos, incentivou tudo que eu mais acreditava e me fez desistir de cancelar o curso. Tenho certeza de que alguém, em algum lugar havia escrito isso. Era muito peculiar, era muita coincidência, era muito. E no fundo já sabia que dali viria algo bom, no mínimo. Em um dos dias, no fim de uma das aulas, já tarde e morrendo de fome só conseguia pensar numa coisa: comida! E conversando até a saída, decidimos comer algo. Conversamos tanto que a hora passou voando, contamos nossos problemas amorosos um ao outro e eu já confiava demais naquela pessoa admirável e engraçada. Ter Jhon em minha vida era rir todos os finais de semana e desejar a aula durante a semana seguinte toda. Alguns meses e éramos como amigos inseparáveis, começamos a sair juntos, intercalando os grupos de amigos, mas sempre dávamos um jeito de sair pra se divertir juntos. Seis meses pareceram anos, um ano pareceu décadas e nossos projetos de trabalho juntos foram tomando forma, sonhos, sentimento.
Sem que eu percebesse ele foi ganhando espaço dentro do meu peito. Era ele quem eu queria que me acompanhasse em festas, em sessões de cinema, em noites de happy hour com Martini na calçada e até esse momento, para mim era uma amizade incomparável, não havia explicação para tanta intimidade, alegria e carinho. Éramos crianças em corpos de gente grande que conviviam como irmãos. Tudo era festa, tudo era divertido e até os sessões de tapas brincando eram confortáveis com ele, até as conversas mais sérias acabavam em risos. E pela primeira vez eu via que tudo que era “quase simples” na minha vida se tornava “simples” quando compartilhado com ele.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"Confesso que andei errado e eu entendo"

"O principal fica sempre protegido. Entre parênteses ou dentro do peito."
Clarissa Corrêa

Como você pode perceber eu não sou muito criativa para um pedido de desculpas ou para presentes...acabo fazendo quase as mesmas coisas...sempre. Como você tem percebido eu também tenho cometido os mesmos erros, sempre...com intensidades menores, mas os mesmos (e não me orgulho disso!). Como você já sabe, de novo, eu nunca quero te deixar triste ou gerar cicatrizes, mas eu sou impulsiva e isso machuca quem o faz, no caso...eu e machuca por que quando vi, já fiz...magoei quem menos queria magoar.

"Cansei" ... essa palavra tem muita força...talvez eu realmente precisasse sentir o peso dela. Talvez eu realmente precisasse perceber que tinha algo maior em risco nessa nossa montanha russa.
Uma hora a gente também cansa de quebrar os trilhos...a gente olha pra trás e pensa: se continuar quebrando, esse carro vai correr por onde? Acaba a diversão, acaba o trilho, não tem mais caminho e então fecha-se o brinquedo e "meu", olhar pra trás do nosso trilho me assustou.
Tá ok, sempre dizemos: a gente se recupera sempre, a gente dá um jeito, usa da sinceridade, diz o que tá errado ou certo, afinal é isso que mantém nossa amizade, o que somos...juntas! Mas sabe, até quando a gente consegue? Até onde você consegue segurar as pontas e até quando eu consigo doer por ter te machucado? Eu não consigo mais me comportar como uma idiota!

Posso contar nos dedos o número de amigos, aqueles que ficaram após os anos, aqueles que fizeram/fazem a diferença e você sabe da sua importância, do quanto a gente consegue esquecer o mundo e ser criança no meio de um barzinho onde está metade da cidade!, do quanto a gente se sustenta nas horas ruins, das opiniões que o olhar ou um riso discreto destacam sem que precise uma só palavra.

Ontem procurei o colo da minha mãe pra perguntar: "Quando você tem um amigo e você briga muito com ele, essa pessoa que gosta tanto de você pode desistir da amizade? E ouvi: Uma hora cansa, não é?" ... Me senti uma criança de cinco anos que perdeu o doce, o mundo, o riso.
E nesses dias que a gente não se falou tive / tenho tido tempo pra pensar e pensar e.... pensar de novo, então vi que a lista de trilhos trincados não era pequena...E então, só posso rezar todos esses dias e pedir pra quem fez a gente se topar que a gente consiga tentar de novo, superar isso e que eu não te magoe nunca mais, não assim, não limitando, não por idiotice, não magoe por nada.

Me desculpa pelas discussões a toa,
me desculpa por fazer você sentir receio de me magoar,
me desculpa por limitar nossa amizade, por que amizade não limita,
me desculpa por te entristecer no final da noite,
me desculpa por não entender você e esperar que só você me entenda,
me desculpa por depositar um conteúdo tão pesado nas suas costas quando eu deveria é carregar junto,
me desculpa por ser grossa,
me desculpa por não ter a sensibilidade de ver quando você está cansada ou com dor no final da noite,
me desculpa por encher a cara e te fazer perder a noite,
me desculpa por que faz um ano que eu venho trincando os  trilhos da nossa "Montanha Russa",
me desculpa por limitar sua confiança em mim,
me desculpa se eu deixei com que os meus erros afetassem nosso projeto,
me desculpa por perder alguns eventos da sua vida, principalmente quando você mais precisava,
me perdoa por que eu fui muito falha até aqui, mas eu quero fazer diferente, eu quero fazer você feliz, quero te ver sorrir sempre, por que além de um sorriso iluminado é isso que marca a gente, a facilidade com que temos de sorrir de tudo, até dos desastres e dos nossos próprios desastres.


Não dá pra eu voltar atrás e fazer um começo novo, mas dá pra eu começar te escutando, não limitando, não bebendo além da conta e  perder o autocontrole, não  deixando de cuidar do que a gente construiu. Reconheço todos os meus erros, todos, todos, cada detalhe. Me desculpa...De tudo que há de mais sincero em mim...amo, amo tudo que somos e reconheço, eu tenho muito que mudar, consertar, mas por tudo que valeu a pena...por uma última vez, não me solta não?!

Quero voltar a fazer valer o que vai literalmente, pro lado esquerdo "do peito": Better Together. Que assim seja.